O deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares criticou ontem na Assembleia da República o excesso de zelo da ASAE ao considerar que as máquinas automáticas que dão brindes ou chocolates em troca de moedas estão a infringir a lei pois devem ser incluidas nas actividades de jogo ou azar, monopólio estatal atribuido aos casinos e Misericórdia.
Se neste "país do faz-de-conta" algo funcionasse, até poderia dar razão à ASAE e não ao deputado centrista, pois efectivamente quando se introduz a moeda é para tentar sacar um dos objectos mais valiosos que estão na máquina, a qual, como é óbvio, tem dois ou três objectos que valem mais que a moeda, mas que na sua maioria valem bem menos. Está aí a razão porque dum jogo se trata.
Contudo, bem mais escandaloso e silenciado, é o caso dos telefonemas (pagos na sua maioria a 60 cêntimos mais IVA) para as TVs, rádios e agências para manter concursos popularuchos no ar e "vender" subrepticiamente o que normalmente passaria por vender e captar uns cobres adicionais que grão a grão constituem receita. Toda a gente já ouviu publicidade a camisolas, bolas de futebol, bilhetes de ingresso prometendo um contemplado por cada 200 ou 300 chamadas. Bem feitas as contas muito facilmente se percebe que o produto é pago (e na maior parte das vezes muito bem) pelos parvos que vão na conversa não se dando conta que as hipóteses de ganhar são 1/200 ou 1/300.
Isto a ASAE ou alguém das Actividades Económicas nunca viu, nem verá, porque não interessa desviar o "povão" do que é importante !