html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> QUOUSQUE TANDEM: October 2013

CRITICA SOCIAL E POLITICA

Friday, October 04, 2013

João Salgueiro apela à união dos reformados contra o governo

Por Margarida Bon de Sousa


Economista diz que o Estado está a quebrar contratos que firmou com
portugueses e admite recurso até para tribunais internacionais

João Salgueiro defende que, se a sociedade civil não desencadear um processo
vencedor em termos de competitividade, Portugal não tem saída para a crise.
Mais. Também diz que é contraditório o Estado estar a quebrar contratos que
firmou com os portugueses, como é o caso dos pensionistas, e em simultâneo
tentar contratualizar investimento produtivo cá e no estrangeiro. E apela à
união de todos os que se sentem lesados para lutarem pelos seus direitos,
com recurso aos tribunais internacionais se tal se mostrar necessário. "Não
há outros contratos que estão a ser mantidos apesar dos prejuízos que
provocam ao país?", interrogou-se.

A intervenção do ex-ministro foi feita durante uma conferência organizada
pelo CIDSENIOR - Movimento para a Cidadania Senior -, em que participaram
igualmente Manuela Ferreira Leite e Emanuel dos Santos, antigo
secretário-adjunto e do Orçamento dos dois governos Sócrates, entre outros.

Num tom que não lhe é habitual, Salgueiro defendeu que os problemas do país
não se resolvem porque os políticos ficam reféns das suas promessas
eleitorais e quando chegam ao poder não conseguem pôr em prática as medidas
necessárias para reformar o país.

"Há um problema de cultura em Portugal", disse. "A publicidade faz o
mesmo: promete às pessoas benefícios imaginários. Na política ainda não se
gasta tanto, mas o raciocínio é o mesmo. E a sorte dos reformados está
ligada à sorte do país."

O também antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos apelou a que
outros grupos se juntem ao recém-formado Movimento para a Cidania Sénior a
fim de que lutem e defendam uma estratégia de competitividade e crescimento,
mas num enquadramento em que haja uma garantia de cumprimento dos contratos
transversal a todas as situações.

GUERRA GERACIONAL

A ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite também se distanciou forte
e feio do governo formado pelo partido que integra, acusando-o de estar a
querer confundir os portugueses com a necessidade de reformar o sistema da
segurança social e os cortes cegos que têm estado a ser feitos nestes
apoios. "Estamos a misturar dois problemas", defendeu. "Uma coisa é a
sustentabilidade do sistema, que toda a vida foi discutido e em que tem de
ser feito mais um ajustamento devido ao facto de a população estar a
diminuir e a esperança de vida estar a aumentar. Mas a situação actual é
diferente, tem a ver com as finanças públicas e o ajustamento que estamos a
fazer. E avança-se com este argumento para cortar onde há dinheiro."

Ferreira Leite acrescenta que se está a utilizar a Segurança Social para
tapar os buracos que existem um pouco por todo o lado: nas PPP, nas empresas
públicas, nas autarquias, nas empresas municipais, nos desperdícios, nas
fraudes ou nas decisões mal tomadas.

"Quando analisamos os problemas das contas públicas", recorda, "nunca foi a
Segurança Social a causar problemas. Antes pelo contrário. Foi a única
parcela que nunca apresentou défices, ao contrário das restantes, como os
fundos autónomos ou as autarquias."

Mas o que choca verdadeiramente a ex--governante é o discurso oficial estar
a provocar uma guerra geracional. "Devo dizer que estou disponível para
aceitar a discriminação absurda dos cortes que afecta um sector e não o
outro. Mas não aceito pelos motivos que estão a ser invocados, que dividem
as gerações, e deixam implícita a ideia de que os reformados têm benefícios
para os quais nunca descontaram. E que as vítimas são as novas gerações. É
um discurso do ponto de vista dos valores absolutamente condenável,
atribuindo aos antigos uma passagem por aqui absolutamente inútil."

FAVORÁVEL ÀS 40 HORAS

Mais fleumático esteve o ex-secretário adjunto e do Orçamento de Sócrates.
Emanuel dos Santos concorda com o aumento da carga horária para as 40 horas
na função pública e com a aproximação entre as pensões pagas pelo Estado e
as que são da responsabilidade da Segurança Social, "sobretudo através das
regras de cálculo, que devem ser as mesmas". O ex-governante também se
definiu como defensor de melhores serviços públicos e menos Estado. Quanto à
crise que o país atravessa, e que está a provocar um corte radical nos
direitos adquiridos, Emanuel dos Santos defende que ela foi causada por
factores endógenos à Europa e foi resultado sobretudo do mau funcionamento
dos mercados financeiros


 

 

 
 

 
Free Counters
Only reliable agents give reliable insurance quotes. Online sources for home insurance
are very effective sources to start with. It takes insurance quotes to find the right insurance. Free Counters