A SAÚDE QUE TEMOS E TEREMOS (E A QUE PREÇO)
CAMINHA-SE PARA O SERVIÇO COMERCIAL DE SAÚDE
"O Serviço Nacional de Saúde deverá, a partir de agora, designar-se, com mais propriedade, por Serviço Comercial de Saúde, tendo como presidente do seu Conselho de Administração o Ministro da Saúde, Correia de Campos.
É indisfarçável que, com esta medida de obrigar os portugueses a pagar uma taxa de internamento hospitalar no valor de cinco euros por dia, o governo socialista (quem diria ?) desfere mais um duro golpe na já bastante penalizada classe média, que caminha a passos largos para a sua insolvência. Por outro lado, é também mais um passo importante na descaracterização do Serviço Nacional de Saúde, tal como a Constituição da República o define, aplainando assim o terreno para o grande objectivo de, no futuro, o entregar aos grupos financeiros, que há muito tempo o desejam e secretamente o reclamam, uma vez que constitui, sem qualquer risco, um investimento de retorno garantido. Começa a perceber-se a estratégia de Correia de Campos que, no essencial, não difere da do seu antecessor do PSD, Luís Filipe Pereira. Ambos merecem o epíteto de "coveiros" do Serviço Nacional de Saúde.
Com esta medida, esfuma-se por completo o prestígio de Correia de Campos. Não se lhe reconhece nenhuma vontade política em tomar as acertadas medidas estruturais que proporcionem a melhoria da prestação dos cuidados à população portuguesa, garantindo a sua universalidade tendencialmente gratuita e a sua equidade, e mesmo aquela sua medida, a mais emblemática do seu desastrado consulado, que envolve a criação das Unidades de Saúde Familiar, é uma reformulação requentada do fracassado Projecto Alfa da ministra socialista Maria Belém e que, tal como o projecto dos Centros de Saúde de 3ª geração, ficou esquecido pelo caminho."
Alexandre de Castro
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